Potencialidades e desafios do setor petrolífero em pauta

No primeiro encontro promovido pela Comissão Especial de Petróleo, Gás e Energia, nesta quinta-feira (5), empresários e entidades representativas se reuniram para debater desafios e potencialidades do setor no território capixaba. A iniciativa também marcou o lançamento do Vitória PetroShow 2024.

Presidente da comissão, Alexandre Xambinho (PSC) falou sobre o protagonismo do segmento no cenário econômico ao lembrar que o estado é o terceiro maior produtor de petróleo e o quinto maior produtor de gás natural no país. Aqui, essas duas cadeias produtivas geram 12 mil empregos formais e abrigam 520 empresas, afirmou.

“Temos um cenário favorável e robusto para desenvolver o setor com empresas globais, com grandes e pequenas empresas que se instalaram no Espírito Santo enxergando toda a potencialidade de negócios, que podem ser executadas aqui nas várias frentes do setor petrolífero”. Segundo contou, mais de R$ 30 bilhões em investimentos devem ser feitos no ES até 2027.

Fotos da reunião

O gerente da diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Guilherme Papaterra, destacou o potencial de exploração desses recursos a médio e longo prazo. Ele deu dois exemplos. Um deles é o descomissionamento, ou substituição, de unidades estacionárias de operação (UEPs) – offshore. “Identifico uma oportunidade na área de serviços”, frisou.

O outro elemento estruturante citado pelo convidado seria o aproveitamento de unidades de processamento de gás natural instaladas em solo capixaba para receber o produto advindo da Bacia de Campos (RJ). Segundo explicou, o Espírito Santo apresenta capacidade instalada ociosa atualmente.

O assessor da ANP salientou que o órgão deve se comprometer na redução do “fardo regulatório” na área, reduzindo a burocracia para fomentar o segmento terrestre (onshore).

Barreiras

Apesar de reconhecer as oportunidades, o presidente da Mandacaru Energia, Caetano Machado, relatou dificuldades encontradas por empresas de pequeno porte que atuam no setor de exploração de petróleo e gás. Uma dessas barreiras tem ligação com a dificuldade de obtenção de financiamento público. Para ele, esse empecilho dificulta o desenvolvimento.

“Nunca conseguimos nenhum financiamento de nenhum banco do Estado”, revelou o engenheiro de petróleo. “Se os bancos abrissem conversas conosco seria melhor, não só comigo, mas também com outros pequenos que operam no Espírito Santo”, completou ele ao relatar dificuldades de aquisição de novas sondas.

Feira internacional

Marcada para ser realizada entre os dias 2 e 4 abril de 2024, na capital do estado, a quinta edição do Vitória PetroShow visa impulsionar os negócios na área de produção, refino, transporte de petróleo e gás, além de abordar desafios com participantes de dentro e fora do país.

A feira internacional é voltada para operadoras de blocos de exploração, produção e de refino, empresas que fornecem bens e serviços no segmento, startups, governos, associações, instituições de ensino superior e fundos de investimento.

Uma das organizadoras do evento é a Associação Capixaba das Empresas de Serviços de Petróleo (Acespetro), que foi representada pelo seu presidente Manoel Passos. Além dele, também se pronunciaram o vice-presidente da Seacrest Petróleo, Juan Alves; o diretor da Imetame, Giuliano Guastti Favalessa; e o diretor da Austral Consultoria, Nicolás Honorato (on-line).

Também participaram da reunião o gerente de Operações Offshore do Polo Peroá, José Antônio Batista Sueiro; o coordenador do estaleiro Jurong, Gustavo Henrique de Lemos Lopes; o presidente da Sociedade Espírito-Santense de Engenheiros (SEE), José Maria Cola; a secretária Executiva do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia e de Desenvolvimento do Findes, Rúbya Salomão Amador; e a presidente da Comissão de Petróleo e Gás da OAB-ES, Larissa Faria Meleip.