Comissão na Ales debate perigos de novas drogas no ES

A entrada de drogas como fentanil, bromazolan e K9 no estado foi pauta da reunião da Comissão de Política sobre Drogas nesta segunda-feira (8). Em fevereiro deste ano, a Polícia Civil (PCES) desarticulou um laboratório de drogas em Cariacica. Na operação foram apreendidos 31 frascos de fentanil, dentre outros entorpecentes. A descoberta da nova droga no estado gerou preocupação.

A perita criminal Daniela Mendes Louzada de Paula, chefe do Departamento de Laboratório Forense do Estado, explicou que essas novas drogas são mais potentes: “O fentanil, por exemplo, é 50 vezes mais viciante que a heroína e 100 vezes mais forte do que a morfina”.

O presidente do colegiado, deputado Denninho Silva (União), reforçou a necessidade de fortalecimento de políticas públicas, tanto de prevenção quanto de repressão aos entorpecentes, e aproveitou para destacar o impacto do tráfico na violência. “Oitenta por cento dos homicídios têm relação com as drogas.”

Denninho ainda comentou que muitos comerciantes que compram produtos em São Paulo para revender no Espírito Santo estão temerosos de viajar para o estado, pois lá essas drogas estão mais disseminadas e muitos usuários acabam cometendo roubos para alimentar a dependência. “Alguns (comerciantes) estão até contratando segurança particular. A situação é estarrecedora”, afirmou.

Prevenção

O deputado Mazinho dos Anjos (PSDB) lamentou que a maioria dos usuários é jovem. “A gente fica mais preocupado com o futuro do nosso estado e do nosso país quando você vê uma juventude consumida pelas drogas”. O parlamentar reforçou a necessidade de “abrir o olho” para o problema e disse que a situação no bairro Jardim da Penha está crítica. “Daqui a pouco teremos uma cracolândia no meio de Vitória.”

Júnior Barbarioli, liderança comunitária de Jardim Camburi, pediu apoio para conter o uso de drogas no bairro, que tem gerado violência e medo. Ele ainda se declarou favorável à internação compulsória. Membros do movimento de apoio às comunidades terapêuticas do ES também estiveram presentes.

Apesar de o fentanil não ser ainda considerada uma “droga de rua” no estado, a delegada do Departamento Especializado de Narcóticos (Denarc), Larissa Lacerda de Oliveira, destacou que é preciso evitar que esse tipo de entorpecente mais potente se espalhe: “Temos, no nível 1 de prioridade, que combater isso no Espírito Santo.”

A comissão reforçou a necessidade de articulação e empenho em conjunto com demais entidades do Estado para conter a entrada dessas drogas. O colegiado aprovou viagem para São Paulo para trocar experiências com autoridades locais sobre prevenção e repressão ao uso dessas substâncias.

Fonte: Ales